No meio de tanta loucura, pressa e falta de sentimento, criei um único lugar onde algo faria sentido,pelo menos para mim. Um lugar para confortar e acolher pequenas idéias e grandes sentimentos, embora a indiferença de muitos.

terça-feira, junho 28, 2011

Você sempre esteve aqui...

          Quando você me abraça, é como se tudo me deixasse. Não ar que precise ser respirado, não há o que fazer. E sem seus abraços, acho que vou morrer. Quando suas mãos tocam meu rosto, é como se a brisa fosse embora, e sua mão é mais suave que o céu azul. E por isso vou viver, na esperança de um dia, mais uma vez, sentir sua mão no meu rosto, um abraço apertado, e um sonho realizado. Seus dedos fazendo o mar em mim, enquanto eu flutuo na sombra dos teus olhos, na companhia do teu sorriso, na esperança de que tudo isso seja mais que um pedido a uma estrela.

quinta-feira, junho 23, 2011

          Em todos os lugares que você estiver, todos os ares que respirar. Cada paisagem que você ver, e quaquer cenário que você imaginar, eu gostaria de estar contigo. Cada som que você ouvir, e cada gosto que experimentar, eu gostaria de estar com você. Sentirei sua falta para sempre, embora agora você esteja tão longe que eu nem possa te ver. Eu te sinto em mim, e como sinto. Na brisa leve, no calor da manhã, e no frio da noite. Eu te amei por tanto tempo, que suas lembranças estão espalhadas por todo lugar. Cada pedaço de espaço me remete a você. Quando você estava ausente, este quarto tentou suavisar minha angustia. Quando você estava perto, subimos correndo a escada pelo efémero prazer de ver quem chegava primeiro. Choramos por besteira, sorrimos com coisas sérias. Sonhamos grande. E agora, estamos longe. Prefiro pensar que nosso amor ganhou o mundo.

Viciado.

           Enquanto isso, eu sigo tentando algo que funcione. Algo que me tire desse mundo de lástimas. Embora minha felicidade eminente, eu acredito que falte algo. É como nadar sem querer chegar a borda. Eu quero meu objetivo. O que me complete, uma vez alcançado. E, enquanto isso, eu sigo tentando algo que funcione. Dentre todos os vícios, só você me sacia.

          Sentados no cais. Pés na água. Olhos na lua. Um abraço que os unia. Uma mão que acariciava, e outra que aconchegava. Os sapatos no chão, a bolsa no colo. Óculos no rosto. Um sorriso sem par. Um pequeno barco no horizonte. O pensamento longe. Um suave toque no pé.

terça-feira, junho 21, 2011

Eu estava só.


         E pela primeira vez, eu estava só. Rumando por aí, só. Não sabia onde ia, o que fazia, eu estava sozinho. Pela primeira vez eu experimentei a solidão de não ter ninguém. Não havia uma mão para segurar, um passo para seguir, uma sombra para me guiar, e pela primeira vez, eu estava só. 
E na solidão, eu me descobri. Descobri que eu posso interagir comigo mesmo. Mas ainda faltava algo, eu estava só. Faltava quem abraçar, quem sentir, quem chorar. E pela primeira vez, eu estava só.

domingo, junho 19, 2011

Café para um, por favor.

Como de costume, saí de casa na mesma hora. O caminho foi silencioso e tranquilo. A esquina não me parecia mais tão longe quanto fora quando me mudei para esta estranha casa, a qual ainda não me conquistou por completo. Chegando ao pequeno e aconchegante Café, sentei-me na cadeira do canto, apoiado na vitrine, que me expunha completamente em minhas vestes não muito sociais. Sem me importar muito com o que os outros pensam, e sem deixar a rotina, chamei a garçonete, sempre de prontidão. Pedi o meu café, hoje, simples, com açúcar e um jornal. As notícias, sempre as mesmas. Ainda me pergunto por que insisto em comprar este amontoado de folhas.    
Naquela manhã fria, porém, algo me fugiu da rotina. Quando aqueles sininhos, estrategicamente colocados em cima da porta, balançaram, meus olhos foram jogados do caderno de esportes para uma figura notável, a qual eu me referi instantaneamente como "um delírio da solidão". Debaixo da misteriosa capa de chuva, e só agora notei que estava chovendo, havia uma criatura para a qual não vejo comparações nem descrições. Era simplesmente encantadora, embora simples para os padrões mortais. E lá vou eu a descrevê-la... Não posso.
Minhas mãos tamborilavam, agora longe do jornal, que fora arremessado no banco da frente poucos instantes após os sinos tocarem. Assim como borbulhava a máquina de café expresso, surgiam meus dedos em um ritmo frenético. 
A manhã havia deixado de ser fria, agora eu me sentia quente, tal qual meu café. Meus olhos seguiam cada gesto que ela fazia ao tirar sua capa e fechar o guarda-chuva. Os carros, ainda sonolentos nas ruas, apareciam com raridade, assim como ela sorria. Um sorriso deveras raro. O seu cabelo ondulado escondia uma pele branca, com pingos de chuva nas bochechas vermelhas. Suas mãos, em movimentos cuidadosos, retiraram um pequeno lenço de sua bolsa, que fora utilizado com mesmo cuidado para enxugar seu rosto. A pequena bolsa recebeu o lenço de volta com a mesma sutileza que o retirou. 
Sentou-se nos bancos a beira do balcão e pediu um pequeno expresso. A promoção do dia. A propósito, era uma quinta. Eram 07h13min de uma quinta pela manhã, e eu estava atrasado. Levantei, deixando paga a conta, e rumei para a minha casa que eu não apreciava.
Por fim, mais uma manhã como qualquer outra.

               Sonhei que estava caindo e você me segurou em seus braços. Acordei aflito, sem entender o que tinha acontecido. Te liguei mais de dez vezes sem você atender. Caí no sono esperando você retornar, e mais uma vez sonhei. Dessa vez eu caia, sem ninguém para me amparar. E quando eu menos esperava, você surgia, no fim do abismo, me esperando em seus braços. O telefone toca.
Se você quer e precisa de alguém, você pode esperar por esse alguém o tempo que for.

sábado, junho 18, 2011

sexta-feira, junho 17, 2011

                Importa de onde você vem, com quem você anda, o que você faz, como você fala, quantos anos você tem, a sua cor. Importa como você anda, como você se veste, o que você bebe, o que você come, onde você vai. Importa o que você tem, o que você usa, o que não usa. E se tudo isso importa, o que nos resta pra escolher? Nem o amor se pode escolher.

quinta-feira, junho 16, 2011

             Com uma certa ansiedade, esperava o trem na expectativa de reencontrar a que fora, antes de muitas outras, sua inspiração. Fechou os olhos, lembrando por alguns instantes tantos momentos que formavam uma história de vida. Um sorriso surgia em seu rosto à medida que o cheiro da fumaça preenchia todo o ambiente. E, enfim, quando ela desambarcou, uma lágrima escorreu de seu rosto completando aquele sorriso que dizia tudo: Mãe...

domingo, junho 12, 2011

Relato do Sol.

         Todos os dias uma guerra ao amanhecer. Tento me esconder de você debaixo das cobertas, mas você não para de me perseguir. E por mais cobertas que eu coloque antes de dormir, você as retira, todas, e eu preciso fugir. As vezes isso me assusta, mas gosto de você sempre a me procurar, de um certo modo que também vivo a te buscar no emaranhado de lençois que é nosso lar. Ah, Lua, não me canço de te amar.

Medo da vida

"O maior erro da vida é ter medo de errar "  

         Quem somos nós? Um amontoado de erros, caracterisados pelas influências que recebemos de todos a nossa volta, dos que gostamos e dos que não. Somos mais do que as vitórias, somos as derrotas, as quedas e os fracassos. Somos um grande grupo de coisas que não deram certo, mas que suprem as necessidades umas das outras. E se somos tudo isso, é porque não houve dúvida em arriscar quando valia tudo, nem medo em fazer valer quando não valia nada. Vivemos a vida em um receio constante de que dê errado, de que não seja bom, de que tudo não passe de um planejamento. Mas como tornar os sonhos reais? Nós arriscamos desde o começo, arriscamos cair ou não antes de andar (sejam os primeiros passos ou de bicicleta). Então, como não continuar arriscando? Se se aprende errando, então errar é o que há.

sexta-feira, junho 10, 2011



       Era apenas um velho casal tomando seu café, vendo o sol nascer, acordados sem nada pra fazer.
      Era um lindo casal, compartilhando um café ao nascer do sol, se amando ao amanhecer.
      Estou triste, e até confessaria que escrevo para afastar isso de mim. Mas não é esse meu propósito. Meu propósito é dar a volta por cima.

"Superar não é esquecer." - Alguém que prezo.

Problemas

      Os problemas batem sua porta como se seu endereço estivesse estampado em todo lugar. Não têm hora, os problemas chegam sem perguntar, até mesmo o que já deviam estar resolvidos. E você se pergunta: onde fui parar? Os problemas não cabem mais na palma da mão. Mas basta lembrar de onde você veio, e com quem você andou. Tudo ganha sentido, e a vida, mais cor. Até mesmo os problemas, que antes não tinham solução, se tornam pequenos diante de tanta alegria, de tantas memórias, de tanta mão. Agora os problemas são coisas de outros tempos.

domingo, junho 05, 2011

Uma roda de clichés.

     Não é o fim. Com certeza que não. É apenas um novo começo, cheio de clichés. Tudo se renova e se repete. De modos diferentes tudo volta pro seu lugar. É como um ciclo vicioso que não se altera nem espera o tempo passar. É uma esfera. Mas não é o fim, porque no fim, há um novo começo, cheio de clichés.

sexta-feira, junho 03, 2011

O bonde.

       Era uma vez uma estrela. Uma estrela só, a piscar. Era uma vez um mar, a refletir a estrela que era só, a brilhar. Era uma vez a lua, a ofuscar o brilho da solitária estrela. E ela não parava de me encantar.
    Numa história tão curta e com tão poucos personagens, a tragédia foi tamanha que atrasou o bonde. O bonde não participava da história, e por isso foi homenageado no título.