No meio de tanta loucura, pressa e falta de sentimento, criei um único lugar onde algo faria sentido,pelo menos para mim. Um lugar para confortar e acolher pequenas idéias e grandes sentimentos, embora a indiferença de muitos.

segunda-feira, abril 29, 2013

Manter sempre a lareira acesa.


Que saudade de te escrever, nesses raros momentos frios. E sentir teu corpo, num arrepio, suspirar ofegante em meio à leitura.

Saudade da partitura que conduzia teus lábios - hora doces, hora amargos – na declamação e nos comentários.

Saudade dos teus sinais de fogo, das tuas cartas brancas, dos teus silêncios breves e tua fala branda. Que dizia nada, e me pediu tudo.

Pedia uma dedicatória, um destinatário, um, se quer, endereço; e eu, mantendo segredo, adormecia-te no meu colo.

Por que eu sabia que, um dia, sentiria saudade de toda essa agonia: que tinhas antes de adormecer; e depois, quando sonhavas com o que ainda vou escrever.

Lembrar de tudo isso me dá saudade, por que, embora a saudade não passe, as lembranças são o melhor que restou de ti.

Eu não gosto de cinzas.