No meio de tanta loucura, pressa e falta de sentimento, criei um único lugar onde algo faria sentido,pelo menos para mim. Um lugar para confortar e acolher pequenas idéias e grandes sentimentos, embora a indiferença de muitos.

segunda-feira, julho 15, 2013

Num pedacinho de papel.

                ...simplesmente não consigo escrever esse texto. Não consigo imaginar um lugar pra te por, um banco que seja em que fiques confortável. Um livro qualquer, que possas ler enquanto eu passo te admirando, ou sei lá. Não consigo imaginar suas mãos tocando a minha por uma última vez, nem se quer uma primeira. Não sei como te encaixar no meu abraço, no meu colo, ou ao meu lado, ou em qualquer lugar que seja. Não te encontro lendo cartas, nem tão pouco as respondendo, nos meus pensamentos. Não te vejo nos parques, bibliotecas, cafeterias nem ônibus em que tanto já viajei. Talvez seja tudo uma questão tão fácil, que não caberia num dedal, mas também não te imagino costurando. Se quer sua voz, tão fácil e lógica de lembrar, consigo, aqui, colocar. E como pode um pedaço de papel suportar tanta dúvida e frustração? Nem como terminar esse texto, eu sei. E fico tentando, em vão...

sábado, julho 13, 2013

Na luz dos olhos teus.


Quando eu olhava nos seus olhos apertados, cheios de possibilidades, eu me imaginava sempre ao seu lado. - E como poderíamos prever tudo isso? Seus olhos sempre sabiam as respostas. E eles me guiavam por todo canto, embaixo dos lençóis ou no entrelaçar dos dedos, quando caminhávamos juntos pelos parques de todo lugar.
Toda vez que éramos nós dois os últimos a sair, você me sorria um sorriso cheio, que espremia mais seus olhos, e logo cheguei à conclusão que quanto mais espremidos eles estavam, mais feliz você estava. E você sempre os espremia comigo, exceto no dia em que te deixei esperando na chuva, e quando você me viu, sacudiu seu guarda-chuva em mim – ali vi seus olhos bem abertos.
Mas vale lembrar que sobre aquele guarda-chuva seus olhos se espremeram mil vezes naquele dia – ninguém sabe contar uma piada sobre ... como eu.
Nós éramos felizes, por que eu te fazia espremer os olhos, e era tudo que me importava. Ai eu descobri que quando seus olhos se fechavam, nós estávamos nos beijando, ou nos amando. E eu ganhei um novo objetivo na vida.

E hoje, como sempre, você me olhava com todas aquelas possibilidades de antes, e eu não sabia qual escolher, só sabia que estaria com você daqui em diante, por que meus olhos não saberiam se acostumar sem os seus, nem tão pouco cada parte de mim. Ai eu optei por ficar aqui, simplesmente te abraçando sobre as cobertas, enquanto seu filme favorito passava na televisão pequena, e único conforto que tinhas era me dizer: imagina se tudo isso acontece com a gente? Quando na verdade eu já tinha imaginado tudo isso mil vezes, e ai, seus olhos se espremiam de novo.