Quando eu
olhava nos seus olhos apertados, cheios de possibilidades, eu me imaginava
sempre ao seu lado. - E como poderíamos prever tudo isso? Seus olhos sempre
sabiam as respostas. E eles me guiavam por todo canto, embaixo dos lençóis ou
no entrelaçar dos dedos, quando caminhávamos juntos pelos parques de todo
lugar.
Toda vez que éramos
nós dois os últimos a sair, você me sorria um sorriso cheio, que espremia mais
seus olhos, e logo cheguei à conclusão que quanto mais espremidos eles estavam,
mais feliz você estava. E você sempre os espremia comigo, exceto no dia em que
te deixei esperando na chuva, e quando você me viu, sacudiu seu guarda-chuva em
mim – ali vi seus olhos bem abertos.
Mas vale
lembrar que sobre aquele guarda-chuva seus olhos se espremeram mil vezes
naquele dia – ninguém sabe contar uma piada sobre ... como eu.
Nós éramos felizes,
por que eu te fazia espremer os olhos, e era tudo que me importava. Ai eu
descobri que quando seus olhos se fechavam, nós estávamos nos beijando, ou nos
amando. E eu ganhei um novo objetivo na vida.
E hoje, como
sempre, você me olhava com todas aquelas possibilidades de antes, e eu não
sabia qual escolher, só sabia que estaria com você daqui em diante, por que
meus olhos não saberiam se acostumar sem os seus, nem tão pouco cada parte de
mim. Ai eu optei por ficar aqui, simplesmente te abraçando sobre as cobertas,
enquanto seu filme favorito passava na televisão pequena, e único conforto que
tinhas era me dizer: imagina se tudo isso acontece com a gente? Quando na
verdade eu já tinha imaginado tudo isso mil vezes, e ai, seus olhos se
espremiam de novo.
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