No meio de tanta loucura, pressa e falta de sentimento, criei um único lugar onde algo faria sentido,pelo menos para mim. Um lugar para confortar e acolher pequenas idéias e grandes sentimentos, embora a indiferença de muitos.

segunda-feira, março 11, 2013

Carta Secreta


Para posterioridade,                                                  

Percebi que nossa inocência é a única coisa que pode nos machucar, e, embora esse seja o único jeito de deixarmos de ser inocentes, também é a única forma de crescer.

A inocência nos protege do mundo - o mundo em que vivemos. - sendo assim incoerente escolher viver na proteção da inexperiência que nos cerca desde o nascimento. Sei que somos incapazes de conhecer tudo, desde as coisas que estão dentro de nós até coisas que criamos sem saber explicar, mas também reconheço a capacidade que encontrei de tentar. Simplesmente tentar. Não é necessária a cobiça como maior estado para se realizar, basta o tentar.

E foi assim, saindo desse estado de ignorância, que é a inocência, para uma nova fase, que refleti sobre tudo que passei. Tantas histórias e pessoas e fatos e roupas diferentes eu provei, que hoje posso formar uma opinião grosseira sobre quase tudo.

Mas sobre ti – e só passei para o próximo parágrafo por que falarei de ti – ainda não tenho nada a dizer. Te conheci com um suspiro silencioso, te toquei sem querer em silêncio, e, onde já se viu beijar e falar ao mesmo tempo? Somos uma história de ninar, que, embora turbulenta, teve seus ápices na mais serena paz da hora de dormir. As estrelas olhavam para nós, ofuscadas. E tudo isso no sereno de um sonho lindo, coberto e pronto para dormir na inocência (ignorância).

Após isso – quando re-li – logo percebi, que esta carta secreta não poderia ser destinada a mais ninguém, que não a ti, quem tanto amei, de todas as formas diferentes que um homem pode amar uma mulher, e agora deixo, para amar-te de todas as formas diferentes que um anjo pode amar.

Sobre sigilo, escrevo este rabisco para lembrar-me um dia o quanto fui inocente, e o quanto chorei. E sei que precisarei ler-lo quando quiser me lembrar, em anos dourados, o quanto cresci.

Anônimo.