Na sala existia uma cortina.
Abria e fechava, a cortina.
Na sala tinha uma cortina
que abria e fechava.
A cortina fazia sempre o mesmo.
Toda hora, todo o tempo, o mesmo.
Na sala de Dona Ana tinha uma cortina,
abria e fechava sempre nos mesmos movimentos,
nas mesmas vistas, nos mesmos ventos.
Um dia desmontada foi,
levada para outra janela, a cortina.
Uma outra vista, um outro vento,
o mesmo movimento.
Embora distante do seu primeiro lar,
a cortina ainda era cortina,
ainda seguia a risca
aquela mesma rotina.
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