No meio de tanta loucura, pressa e falta de sentimento, criei um único lugar onde algo faria sentido,pelo menos para mim. Um lugar para confortar e acolher pequenas idéias e grandes sentimentos, embora a indiferença de muitos.

sábado, janeiro 28, 2012

O livro.

    Cheguei em casa acabado. Dias assim me matavam pelos pés. A cidade não é pequena, como bem sei, e aumenta a cada vez que vou – ou é o que me parece. Sem me questionar repetidamente, larguei as roupas na sala, como de costume, e fui tomar um banho. A propósito, meus costumes não são nem um pouco saudáveis. Após lavar-me, me senti novo.  Na verdade me senti energizado. Coloquei a roupa mais simples que me veio em mente, e fora extremamente simples. Tudo bem, eu me encontrava em casa, minha casa, mas creio que uma cueca não seja roupa para tal. Ao menos não com aqueles janelões abertos – a única coisa que fazia o ar percorrer dentro da casa recém comprada. Vesti-me, agora, adequadamente: um short mal amado e uma camisa usada que achei jogada em cima da cama. Agora estava pronto. Deliciei-me na poltrona – único objeto que trouxera do meu último lar – e peguei um livro de dentro da caixa destinada a “livros.” Comecei a leitura de onde havia parado.
    Romances eram meu fraco da literatura. Ainda mais os romances românticos. E aquele estava me cativando já havia se passado uma semana. Tempo estimado muito para um desocupado como eu. De repente, notei algo que, até agora, só aquele livro tivera a ousadia de me fazer ver. -Livro estúpido, disse chateado. Aquela casa vazia, tão vazia. Minha tensão não era pelos móveis, eles chegariam em breve. Mas faltava algo de que só me recordo até os 23, quando saí da casa dos meus pais. O convívio e o conforto de um alguém, era isso que faltava. E isso, nem os livros dentro da caixa, ou aquele que lia e tanto amava, poderiam me dar. Tentei me convencer de que o mundo lá fora estava cheio de gente e de oportunidades. Mas na falta de um bom argumento, continue a ler.

Nenhum comentário: