No meio de tanta loucura, pressa e falta de sentimento, criei um único lugar onde algo faria sentido,pelo menos para mim. Um lugar para confortar e acolher pequenas idéias e grandes sentimentos, embora a indiferença de muitos.

domingo, julho 31, 2011

Minha garotinha.

Estou esperando uma garotinha. Ela é pequena, algo entre os cinco ou sete anos. Sempre me preocupo com sua chegada, embora ela sempre chegue bem. Hoje ela se atrasou mais do que o normal. Aquela estação simplória, clássica e ornamentada com enfeites de natal não era tão alegre quanto parecia aos outros. Eu só esperava por ela.
Depois de muito rodear a máquina de chocolates, resolvo comprar um. Pensando mais um pouco, lembro que ela deverá chegar com fome e compro um igual para ela. Me arrependo quase que na mesma hora. Ela não gosta deses chocolates recheados, me lembro meio sem jeito. Na espera prolongada, acabo por comer as duas barrinhas que não matam minha fome nem minha anciedade. Confesso que, naquele clima frio, eu por algumas vezes adormeci por frações de segundos. Numa delas, sonhei com minha pequena criança. É incrível como perdemos a noção do tempo nos sonhos. Pareceu uma eternidade. Acho que isso fez parece mais demorada a chegada da minha pequena.
 Quando ela finalmente chega, não me contenho. Seus olhos continuam os mesmos. E os meus, cheios de lágrimas. Seu cabelo, lindo como sempre. Seu sorriso, confortante, é sinal que ela está perto de mim. Ah, minha pequena criança. Que saudades - falo sem me dar conta dos que estão ao meu redor. Pai, já tenho vinte e um. Não me chame assim. Ela me abraça longamente.

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